A Meta, empresa-mãe de Facebook, Instagram e WhatsApp, foi acusada nesta terça-feira (9) de suprimir pesquisas internas que apontavam graves riscos à segurança infantil em suas plataformas de realidade virtual (VR). O caso foi revelado em audiência no Congresso dos Estados Unidos e teve repercussão internacional.
Seis atuais e ex-pesquisadores denunciaram que, após a investigação aberta em 2021, a companhia passou a contratar advogados para filtrar, editar e até barrar estudos sensíveis ligados a temas como infância, assédio e raça.
Acusações
A ex-pesquisadora Cayce Savage afirmou que a Meta tem conhecimento de que menores de 13 anos burlam restrições de idade para acessar os serviços de VR, mas ignora o problema.
“A plataforma está cheia de menores de idade. A Meta ignora deliberadamente esse conhecimento”, disse Savage no Senado.
Documentos internos obtidos pelo The Washington Post indicam que, já em 2017, funcionários estimavam que 80% a 90% dos usuários de algumas salas virtuais eram menores de idade.
O pesquisador Jason Sattizahn declarou que a empresa só deve mudar sob pressão do Congresso.
Resposta da empresa
A porta-voz da Meta, Dani Lever, negou as acusações e disse que se trata de uma “narrativa predeterminada e falsa baseada em exemplos selecionados”.
“Defendemos o excelente trabalho de nossa equipe de pesquisa e estamos consternados com essas deturpações. Desenvolvemos diversas proteções para jovens usuários”, afirmou Lever.
Contexto
A Meta é uma das líderes globais em realidade virtual, principalmente por meio dos dispositivos Quest, mesmo registrando perdas bilionárias na área. Após o vazamento de documentos internos pela ex-gerente Frances Haugen, a empresa teria intensificado o controle sobre pesquisas envolvendo tópicos sensíveis, segundo o Post.