O Produto Interno Bruto (PIB) do Espírito Santo cresceu 1,9% no primeiro semestre de 2025, segundo estimativas do Observatório da Findes (Federação das Indústrias do Espírito Santo). O resultado é superior à média nacional, que registrou expansão de 1,4% no período, conforme dados do IBGE.
A expectativa da Findes é de que a economia capixaba encerre o ano com avanço de 3,1%, mantendo-se à frente do desempenho nacional, cuja projeção varia entre 2,1% e 2,5%.
Estrutura da economia capixaba
Apesar da boa performance, o crescimento do Estado está fortemente vinculado ao mercado externo, já que o consumo interno segue desaquecido. A economia capixaba depende de setores ligados à exportação de commodities como minério de ferro, petróleo, café, celulose e aço.
Em 2022, por exemplo, o PIB estadual caiu 1,7%, puxado pela queda de 24% na produção mineral e de petróleo, mesmo com alta de 2,6% no chamado PIB cíclico — aquele que segue o ritmo da economia nacional.
Atualmente, o setor extrativo mineral representa cerca de 15% do PIB estadual, bem abaixo dos 24% registrados em 2012.
Desafios externos
Especialistas apontam que três variáveis devem determinar o ritmo da economia capixaba em 2025:
- Preço em dólar das commodities: tendência de queda para minério de ferro, petróleo e celulose; café é exceção, com expectativa de alta.
- Câmbio: o dólar acumula queda de 14,2% no ano, reduzindo a competitividade das exportações brasileiras.
- Volume produzido (quantum): não há sinais de forte expansão da produção que compense perdas em preço e câmbio.
Na média dos oito primeiros meses de 2025, o minério de ferro foi cotado a US$ 110, abaixo dos US$ 127 registrados em 2024.
Perspectivas para o ano
Embora a economia mundial viva um momento de instabilidade, influenciada pelas políticas comerciais do governo Trump nos EUA, a Findes avalia que o Espírito Santo está no caminho certo para avançar com diversificação e inovação.
Segundo estimativas do PIB trimestral do IJSN/IBGE, a economia capixaba já teria acumulado crescimento de 3,8% no primeiro semestre, sendo 2,3% apenas no segundo trimestre.
“Mesmo que o crescimento não chegue aos 3,1% previstos, o Espírito Santo mantém desempenho superior à média nacional e segue preparado para saltos mais consistentes no futuro”, avalia a Findes.