sexta-feira, dezembro 12, 2025
spot_imgspot_imgspot_imgspot_img
InícioPolíticaNovatos criam grupo 'paralelo' na Câmara

Novatos criam grupo ‘paralelo’ na Câmara

-

O grupo já se reuniu com o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para discutir as propostas da “nova bancada”

Sem espaço dentro das legendas e longe da articulação política dos líderes para emplacar seus projetos, deputados de primeiro mandato criaram um grupo paralelo, suprapartidário, para tentar ampliar sua influência na pauta da Câmara. O grupo já se reuniu com o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para discutir as propostas da “nova bancada”.

As primeiras conversas sobre a criação do autodenominado Grupo Parlamentar Suprapartidário (GPS) nasceram em um grupo de WhatsApp formado por 18 deputados federais da oposição que votaram a favor da reforma da Previdência no segundo turno da Câmara, contrariando a orientação de seus respectivos partidos.

Os “dissidentes”, alguns alvos de sanções, avaliam que podem se fortalecer com a união. A ideia básica é propor e votar juntos durante as sessões deliberativas da Câmara. “Não é um parlamentar específico que vai mudar o Brasil, é um grupo”, disse o deputado Felipe Rigoni (PSB-ES) ao justificar a criação do GPS.

Conforme revelou a Coluna do Estadão na quarta-feira passada, Rigoni e outros 14 deputados se reuniram em um almoço, em Brasília, para discutir os caminhos do grupo. Sentada à frente de Rigoni, a deputada Tabata Amaral (PDT-SP) foi uma das que se mostraram frustradas com o ritmo da tramitação das propostas. Segundo dois participantes do encontro, a parlamentar – autora de cinco projetos de lei – teria afirmado que, apesar de toda “publicidade espontânea” do seu nome, não consegue avançar como queria em temas do seu interesse.

Rigoni, Tabata e outros nove parlamentares lançaram um manifesto no mês passado em que pedem que parlamentares possam exercer o mandato com independência, sem o risco de punições dos partidos. “Enquanto existir o presidencialismo, o multipartidarismo e a federação, as lideranças partidárias precisarão ouvir e negociar com suas bases, dissidentes ou não”, afirmou Tabata em artigo publicado após a votação da Previdência.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo no mês passado, a deputada disse que “tem muito machismo” nas críticas que recebeu de colegas de Parlamento. Ela ainda pode ser expulsa do PDT por ter votado a favor do projeto de reforma da Previdência.

Desconforto

Para o cientista político e professor do Insper Carlos Melo, o fenômeno da formação de grupos suprapartidários não é recente e seria fruto da falta de rigor dos partidos na formação de suas bases e na escolha pragmática de candidatos que possam ter um bom resultado eleitoral. “Você vai encontrar esse tipo de desconforto em vários partidos, talvez tenha exceções em partidos mais ideológicos como PSOL e Novo, porque têm uma disciplina interna muito forte, mas o critério de seleção dos candidatos não é ideológico”, avalia. “É super pragmático e, depois que se elegem, as pessoas veem que não têm compatibilidade com suas legendas.”

Na análise de Melo, Tabata e Rigoni, por exemplo, teriam mais identidade entre si do que com suas siglas. Mas ele ressalta que a atuação de grupos como o GPS pode resultar em impasses, tanto internos quanto em relação às legendas de cada um de seus integrantes. O grupo, por exemplo, não terá como exigir fidelidade de seus membros e os partidos podem punir de forma mais severa aqueles que desrespeitarem novamente decisões sobre votações.

Oficialmente, o GPS se define como um “movimento de pessoas que age com um propósito ou objetivo definido sem qualquer tipo de influência ou ideologia tanto dos partidos de esquerda ou de direita”.

A ideia da frente suprapartidária nasceu de uma conversa com o presidente da Câmara. Maia aconselhou deputados de primeiro mandado que não se sentiam representados em seus partidos e bancadas a buscarem uma atuação parlamentar conjunta.

O grupo já se vê como uma espécie de “bloco alternativo”, sem a formalização dos partidos, para pressionar líderes, presidentes de comissões e o próprio presidente da Casa para pautar agendas comuns. Maia tem tratado o grupo quase como se fosse uma estrutura tradicional da Câmara, recebendo seus integrantes em seu gabinete e na residência oficial. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

━ viu isso aqui?

Hospitais particulares do Espírito Santo passam a atender pacientes do SUS para reduzir fila de cirurgias

Dois hospitais particulares do Espírito Santo iniciaram atendimento a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) por meio do programa federal “Agora tem Especialistas”,...

Manato aciona Justiça após discurso de vereador de Vitória Leonardo Monjardim

Um discurso duro feito pelo vereador de Vitória Leonardo Monjardim (Novo) contra o ex-deputado federal Carlos Manato (PL) desencadeou uma reação judicial. Manato enviou...

Emissão de CNH já tem novas regras no ES; confira o que muda

O Departamento Estadual de Trânsito do Espírito Santo (Detran|ES) informa que o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) publicou nessa terça-feira (09), em edição extra...

Vendas no comércio voltam a ganhar fôlego e crescem 0,5% em outubro

As vendas no comércio cresceram 0,5% em outubro, na comparação com setembro. O resultado é a maior alta entre meses seguidos desde março de...
plugins premium WordPress