Mais de 70 mil consumidores capixabas conseguiram sair da inadimplência no último ano, segundo dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) e analisada pelo Connect Fecomércio-ES. O percentual de famílias com contas em atraso caiu para 33,3% em agosto, representando uma redução de 0,1 ponto percentual em relação a julho e de 1,7 ponto na comparação com o mesmo período de 2022. A dívida média do consumidor no Estado é de R$ 5.904,37.
Impacto na economia capixaba
De acordo com o coordenador do eixo Observa do Connect Fecomércio-ES, André Spalenza, a queda na inadimplência traz reflexos diretos para o comércio.
“A redução do número de inadimplentes amplia a intenção de compra das famílias e impulsiona as vendas”, avaliou.
A retomada do crédito representa um ganho não apenas para os consumidores, que voltam a ter acesso a financiamentos e negociações, mas também para o setor produtivo, que se fortalece com o aumento no consumo.
Desafios persistem
Apesar do cenário mais positivo, a pesquisa revela que as dívidas em atraso acima de 90 dias continuam sendo o maior obstáculo. Entre as famílias com renda de até 10 salários mínimos, 55,3% estão nessa condição — cerca de 15 mil lares capixabas. Já entre os consumidores de maior renda, o índice é de 52,4%.
Outro ponto destacado é a capacidade de pagamento: 45,3% das famílias de menor renda afirmam que conseguirão quitar total ou parcialmente as dívidas no próximo mês, um leve avanço em relação aos 45% de julho.
Nível de endividamento em queda
O levantamento também mostra uma redução no nível geral de endividamento, que inclui todas as dívidas — vencidas ou não. Em agosto, 87,4% das famílias relataram possuir algum tipo de compromisso financeiro, abaixo dos 90,7% registrados em agosto de 2022.
Nas famílias de menor renda, 52% das dívidas são de curto prazo (até seis meses), enquanto entre as de maior renda esse percentual é de 54,2%.
Comprometimento da renda
Quase metade das famílias capixabas de menor renda (48,7%) destina entre 11% e 50% de seus ganhos mensais para quitar dívidas. Já entre os lares de maior renda, predomina o comprometimento de até 10% (44,5%), evidenciando maior folga no orçamento.
A pesquisa completa pode ser consultada no site do Connect Fecomércio-ES.