Um casal foi preso na manhã desta sexta-feira (12), em Colatina, no Noroeste do Espírito Santo, suspeito de integrar uma quadrilha que aplicava extorsões sexuais e chantagens usando perfis falsos na internet para marcar encontros e depois ameaçar as vítimas. A Polícia Civil estima que o grupo tenha movimentado cerca de R$ 600 mil em seis meses, direcionados a entre 15 e 20 vítimas em diferentes municípios do estado, segundo investigação da Delegacia de Vila Valério.
Como funcionava o esquema
De acordo com a polícia, a líder do grupo, Camila Francis da Silva, e o marido dela, Washington Henrique dos Passos, atraíam homens via sites ou redes sociais com falsas propostas de encontros. Após a aproximação, percebendo que a vítima era casada e tinha filhos, as suspeitas iniciavam ameaças, chantagens e exigências de dinheiro sob a ameaça de divulgar informações ou destruir reputações familiares. Em alguns casos, fotos ou até a ameaça de envio de imagens explícitas foi usada nas extorsões.
Investigação e prisões
As investigações começaram após uma das vítimas registrar boletim de ocorrência na Delegacia de Vila Valério, relatando ter perdido R$ 30 mil no esquema. A partir desse caso, policiais identificaram ocorrências semelhantes em cidades como Santa Maria de Jetibá, Guaçuí, Domingos do Norte, Jaguaré, Vila Valério e Colatina, configurando um padrão de atuação da quadrilha.
Na operação, foram cumpridos três mandados de prisão preventiva e quatro mandados de busca e apreensão, além de medidas para bloquear bens, valores e sigilo financeiro dos suspeitos. Até o momento, a dupla foi detida; uma terceira integrante com mandado de prisão ainda segue foragida.
Padrão de vida e indícios de lavagem
Durante as diligências, foram colhidos indícios de que a líder do grupo ostentava um padrão de vida incompatível com renda formal declarada, incluindo viagens e bens de luxo adquiridos recentemente, o que reforça a suspeita de uso de recursos ilegais obtidos por meio das extorsões.
Desdobramentos do caso
A Polícia Civil deve aprofundar as investigações para localizar a terceira envolvida e identificar eventuais outras vítimas. A prática de extorsão, principalmente com uso de perfis falsos e chantagens online, tem sido foco crescente de operações policiais em todo o país, em especial quando envolve ameaças à honra e à intimidade das vítimas.

