A desembargadora Janete Vargas Simões assumiu, na tarde desta quinta-feira (11), a presidência do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), tornando-se a primeira mulher a ocupar o cargo desde a criação da Corte, há 134 anos. A cerimônia no novo Salão Pleno marcou o início da gestão para o biênio 2026/2027 e destacou o compromisso da nova presidente com transparência, inovação e diálogo entre os poderes.
Em seu discurso, Janete ressaltou o caráter histórico da posse e afirmou que sua administração buscará equilibrar modernização tecnológica com olhar atento às pessoas que dependem da Justiça.
“Depois de 134 anos, esta Corte passa a ser presidida por uma mulher. O que se celebra aqui não é uma trajetória individual, e sim o amadurecimento democrático de uma instituição que reconhece a força da pluralidade humana”, declarou.
A solenidade seguiu o protocolo tradicional, com revista da tropa da Polícia Militar a convite do governador Renato Casagrande. No plenário, a magistrada foi conduzida pelos desembargadores Pedro Valls Feu Rosa, decano do Tribunal, e Aldary Nunes Junior, o mais novo integrante da Corte. O então presidente, Samuel Meira Brasil Jr., destacou avanços recentes e afirmou que a transformação do Judiciário “segue em frente”.
Após assinar o termo de posse, Janete oficializou a nova Mesa Diretora:
• Fernando Zardini Antonio – vice-presidente
• Ewerton Schwab Pinto Júnior – corregedor-geral
• Robson Luiz Albanez – vice-corregedor
A cerimônia também marcou a inauguração do retrato de Samuel Meira Brasil Jr. na galeria de ex-presidentes e reuniu familiares, magistrados e autoridades dos três poderes.
Janete encerrou a sessão reafirmando que pretende conduzir um biênio pautado por coragem institucional, segurança jurídica e fortalecimento da confiança pública, defendendo uma Justiça “capaz de honrar o passado e preparar um futuro mais igualitário e democrático”.
Quem é Janete Vargas Simões
Nascida em Barra de São Francisco, Janete formou-se em Direito pela Ufes, onde também concluiu mestrado em Direitos e Garantias Fundamentais. Possui especializações em Psicologia Jurídica, Direito Penal, Processual Penal, Direito Civil e Processual Civil, além de formação em gestão pública.
Ingressou na magistratura em 1991 e atuou em varas cíveis, criminais e nos Juizados Especiais, área na qual se tornou referência ao coordenar o sistema por dez anos e presidir o Fonaje. Também dirigiu a Amages.
Promovida a desembargadora em 2014, integrou câmaras cíveis e criminais e participou de comissões voltadas a mediação, conciliação e regularização fundiária. Em dezembro de 2025, foi eleita por seus pares como a primeira mulher a presidir o TJES.

