sábado, outubro 25, 2025
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Polícia Federal investiga pré-candidato de Cachoeiro por possível pesquisa falsa

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Vereador Léo Camargo teria divulgado levantamento em que aparece como líder na corrida para a prefeitura

A Polícia Federal (PF) está com um inquérito de investigação em andamento contra o vereador de extrema de direita Léo Camargo (PL), de Cachoeiro de Itapemirim, no sul do Estado, por possível divulgação de pesquisa fraudulenta. Camargo é pré-candidato a prefeito de Cachoeiro nas eleições municipais de outubro deste ano.

A informação sobre a existência do inquérito (nº 0600062-73.2024.6.08.0048) consta na página de Processo Judicial Eletrônico (PJE) do site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – a última movimentação é de sexta-feira (19), mesmo dia em que o presidente nacional do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, esteve em Cachoeiro para um encontro da sigla. Porém, não foram divulgados detalhes sobre o que motivou a abertura do inquérito.

Em abril, o Partido Democrático Trabalhista (PDT) entrou com uma representação no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) contra Léo Camargo, alegando que o vereador divulgou em suas redes sociais uma suposta pesquisa eleitoral em que aparece na liderança em intenção de votos para prefeito de Cachoeiro. O levantamento de opinião, entretanto, não teria sido registrado na Justiça Eleitoral.

O juiz Roney Guerra, da 2ª Zona Eleitoral de Cachoeiro, acatou liminarmente o pedido para que Léo Camargo apagasse a divulgação da suposta pesquisa, e a imprensa de Cachoeiro publicou notícias sobre o deferimento da liminar. Mas, posteriormente, a ação movida pelo PDT foi julgada improcedente –

Ainda em abril, Léo Camargo fez postagens nas redes sociais nas quais classificava como “fake news” as notícias de que teria sido “punido” pelo TRE. O diretório municipal do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) pediu, na ocasião, punição ao vereador por causar “desinformação no eleitorado”, ao desqualificar as matérias jornalísticas. Já a defesa de Camargo “se insurgiu”, dentro do processo, contra as notícias veiculadas.

O Colegiado do TRE, porém, rejeitou os dois pedidos, conforme acórdão publicado no último dia 3. O PSDB entrou com um recurso, novamente negado (processo 0600031-53.2024.6.08.0048). “Registro que, para a seara eleitoral, o conteúdo da postagem do recorrido na rede social não possui potencial desinformativo, além de não atender aos requisitos de notoriedade e repercussão ou interferência negativa no pleito”, afirmou em seu voto o juiz relator do processo, Renan Sales Vanderlei.

“Isso porque”, continua o relator, “a desinformação a qual a Justiça Eleitoral busca se debruçar é aquela que decorre de acusações político-eleitorais de natureza grave, com a consciência da falsidade ou intencionalidade lesiva, capazes de causar danos ao equilíbrio da eleição, à honra e dignidade daqueles que participam do pleito ou à higidez e integridade do processo eleitoral o que, conforme demonstrado, não restou configurado na hipótese dos autos”.

Em relação às manchetes das matérias que motivaram a reclamação de Léo Camargo, o juiz afirma que, de fato, não correspondem totalmente à verdade do ponto de vista técnico, tendo em vista que não foi o “TRE” que “puniu” o candidato, e sim o juiz eleitoral que deferiu uma liminar. De qualquer forma, não é o caso de tratar as reportagens como falsas, segundo o relator.

“A despeito de citadas notícias ostentarem chamada sensacionalista e/ou tecnicamente inadequadanão configuram inverdades inequívocas, eis que o ‘homem médio’, assim entendido como uma pessoa comum, de cultura mediana, que reside no município de Cachoeiro de Itapemirim-ES, é capaz de entender que a notícia ‘TRE pune pré-candidato da extrema direita por fraude’ refere-se à decisão do juiz eleitoral da cidade (‘TRE’) que proferiu uma ‘punição’ ao pré-candidato, consistente em uma determinação de suspensão de divulgação de pesquisa eleitoral”, diz o relator.

O PDT e o PSDB são da base do atual prefeito Victor Coelho (PSB) e deverão compor a aliança representada pela candidata governista Lorena Vasques (PSB), e Léo Camargo é um notório opositor da gestão atual do Poder Executivo cachoeirense. A notícia de que a PF está investigando o vereador representa, no entanto, um aprofundamento do caso para além da disputa eleitoral em si.

De acordo com o TSE, foram registradas sete pesquisas eleitorais sobre o cenário de Cachoeiro de Itapemirim para as eleições 2024, entre 8 de abril e a última sexta-feira (19). Três delas realizadas pela empresa Leia Pesquisa e Marketing LTDA, duas pela Directa Consultoria e Publicidade LTDA, uma pela Direta Eventos e Propaganda, e uma pelo Instituto Verita LTDA.

A postagem de Léo Camargo que o cita como líder na corrida eleitoral em Cachoeiro coloca, segundo a exposição do advogado do PSDB no processo, o Instituto Paraná Pesquisas como autor – ou seja, uma empresa que não registrou levantamentos eleitorais em Cachoeiro neste ano.

A última pesquisa divulgada até a tarde desta segunda foi realizada pela Leia Pesquisa e Marketing. De acordo com o jornal Folha do Espírito Santo, Theodorico Ferraço (PP) aparece como líder de intenção de votos (39,98%), seguido por Diego Libardi (do Republicanos, com 29,89%), Léo Camargo (11,07%), Carlos Casteglione (do PT, com 6,19%) e Lorena Vasques (2,44%).

*Com informações de LUCAS SCHUINA

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