terça-feira, novembro 4, 2025
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Pesquisa prevê mudanças no clima do Deserto do Saara nos próximos anos

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Um dos lugares mais secos e quentes do planeta, o Deserto do Saara, na África, pode ter a paisagem modificada drasticamente nas próximas décadas. É o que sugere pesquisa desenvolvida na Universidade de Illinois em Chicago (UIC), que conclui que, na segunda metade do século 21, o aumento das temperaturas globais poderá ocasionar muito mais chuva na região. Atualmente o bioma recebe cerca de 7,6 centímetros de chuva por ano e, de acordo com o estudo, poderá receber até 75% mais precipitação do que a média histórica.

O estudo foi publicado na revista npj Climate and Atmospheric Science, indica que mudanças semelhantes também podem acontecer no sudeste e centro-sul da África em cenários climáticos extremos.

“As mudanças nos padrões de chuva afetarão bilhões de pessoas, tanto dentro quanto fora da África. Precisamos começar a planejar como enfrentar essas mudanças, desde o controle de enchentes até o cultivo de plantas resistentes à seca”, explicou o autor principal do estudo e pesquisador de pós-doutorado em clima na Faculdade de Artes e Ciências da UIC, Thierry Ndetatsin Taguela.

Para fazer a pesquisa, o cientista usou um conjunto de 40 modelos climáticos para simular a chuva de verão na África durante a segunda metade do século 21, de 2050 a 2099 e comparou os resultados com dados do período histórico de 1965-2014. Dois cenários climáticos foram examinados: um assumindo emissões moderadas de gases de efeito estufa e outro assumindo emissões muito altas.

Nos dois a previsão era de aumento da chuva na maior parte da África até o final do século, embora as mudanças variassem por região, mostrando que no Saara o aumento seria o maior, enquanto o sudeste da África poderia registrar cerca de 25% a mais de chuvas e o centro-sul da África, cerca de 17%. Já o sudoeste deverá se tornar mais seco, com uma redução da precipitação em torno de 5%.

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De acordo com Taguela, a previsão é a de que o Saara quase duplique os níveis históricos de chuva. “Isso é surpreendente para uma região tão seca. Mas, embora a maioria dos modelos concorde com a tendência geral de condições mais úmidas, ainda há incerteza quanto à quantidade de chuva projetada. Aprimorar esses modelos é fundamental para aumentar a confiança nas projeções regionais”, disse.

O cientista ressaltou que o aumento das chuvas está ligado ao aquecimento da atmosfera, já que temperaturas mais altas permitem que o ar retenha mais umidade, o que contribui para chuvas mais intensas em algumas áreas.

“Mudanças nos padrões de circulação atmosférica também afetam como e onde a chuva cai, resultando, por vezes, em regiões mais úmidas e mais secas em todo o continente. Compreender os mecanismos físicos que impulsionam a precipitação é essencial para desenvolver estratégias de adaptação que possam resistir a futuros mais úmidos e mais secos”, afirmou Taguela.

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