A mulher atropelada pelo ex-marido em cima de uma calçada, no dia 21 de agosto, em Barra de São Francisco, Noroeste do Espírito Santo, disse estar “aliviada” com a prisão do suspeito, ocorrida no último domingo (1°). O caso é investigado como tentativa de feminicídio, praticada na frente dos dois filhos do casal, de 3 e 6 anos.
“O jogo do Tigrinho acabou com nosso relacionamento”
A vítima revelou que o motivo do término da relação foi o vício do ex-companheiro em jogos de azar, conhecidos popularmente como “jogo do Tigrinho”.
“Ele tirava da boca dos nossos filhos para jogar. O salário dele era todo para o jogo”, contou.
Ela relatou ainda como foi o momento do atropelamento.
“Ele acelerou com um ódio tão grande que falei: ‘pronto, esse homem vai me matar’. Dava para ver nos olhos dele que ele estava furioso.”
Tentativa de feminicídio na frente dos filhos
Câmeras de segurança registraram quando o homem avançou com o carro contra a ex, logo após ela colocar o filho mais novo, de 3 anos, no veículo. Nas imagens, o menino de 6 anos aparece correndo em direção à mãe no instante do impacto.
Segundo a delegada Jéssica Bohrer, titular da Delegacia de Barra de São Francisco, o crime foi cometido na presença das crianças.
“A princípio, tudo nos leva a crer que se trata de uma tentativa de feminicídio, com causa de aumento de pena, pois foi praticada diante dos filhos”, explicou.
Após o atropelamento, o suspeito fugiu com a moto da vítima, enquanto ela foi socorrida pelo Samu.
Prisão sem resistência
O homem, de 36 anos, foi preso em Águia Branca, na mesma região, onde trabalhava em uma empresa de abastecimento de água. Ele não resistiu à prisão.
Separação marcada por ameaças
De acordo com a polícia, o casal estava separado há alguns meses, mas ainda morava na mesma casa. O combinado era que o agressor deixasse a residência no fim de agosto. Diante de ameaças, porém, a mulher decidiu sair com os filhos no dia 20.
No dia seguinte, ao levar as crianças até um local neutro para que o pai pudesse vê-las, a vítima foi surpreendida pelo ataque.
“Tudo indica que ele não aceitava o fim do relacionamento”, concluiu a delegada.