O atacante Bruno Henrique, do Flamengo, foi condenado nesta quinta-feira (4) pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) a 12 jogos de suspensão após ser acusado de manipulação esportiva para beneficiar apostas no Campeonato Brasileiro de 2023.
A decisão veio com base no artigo 243-A do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que prevê punição para atletas que atuem “de forma contrária à ética desportiva, com o fim de influenciar o resultado de partida”. Além da suspensão, o jogador também recebeu multa de R$ 60 mil.
O que motivou o julgamento?

Bruno Henrique foi acusado de compartilhar informações antecipadas sobre o cartão amarelo recebido no duelo contra o Santos, em 1º de novembro de 2023, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília.
Segundo a denúncia, ele teria informado seu irmão, Wander Nunes Pinto Júnior, que repassou os dados a amigos ligados a apostas esportivas.
Além do jogador e de Wander, também foram denunciados Claudinei Vitor Mosquete Bassan, Andryl Reis e Douglas Barcelos. Outras duas pessoas próximas à família, Ludymilla Araújo Lima (esposa de Wander) e Poliana Ester Nunes Cardoso (prima de Bruno Henrique), apareceram na investigação, mas ficaram fora da mira do STJD.
Desde quando Bruno Henrique é investigado?
O caso começou a ser apurado em agosto de 2023, quando casas de apostas identificaram movimentações suspeitas relacionadas a cartões aplicados ao atacante.
Em novembro, a Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão do celular de Bruno Henrique, mas, naquele momento, o STJD arquivou o processo.
No entanto, em abril de 2024, o jogador foi indiciado pela PF por estelionato e fraude em competição esportiva, após a apreensão revelar conversas confirmando o compartilhamento de informações. Em junho, ele foi denunciado formalmente pelo Ministério Público do Distrito Federal.
Na esfera criminal, Bruno Henrique pode enfrentar até 17 anos e oito meses de prisão, caso seja condenado pelas penas máximas.
Este julgamento é definitivo?
Apesar da condenação, o caso ainda não está encerrado. Bruno Henrique poderá recorrer ao Pleno do STJD, última instância da Justiça Desportiva, com possibilidade de pedir efeito suspensivo para seguir atuando enquanto o recurso é analisado.
Da mesma forma, caso fosse absolvido, a Procuradoria poderia recorrer. Também existe a chance de o processo ser prorrogado, caso algum dos integrantes do Tribunal peça vistas.