terça-feira, setembro 16, 2025
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Bolsonaro ignorou alerta de Mandetta sobre as mortes na Prevent

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O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta divulgou um vídeo de março de 2020 no qual ele comentava o número elevado de mortes no hospital Santa Maggiore, da Prevent Senior.

No post, o ex-ministro relata que foi impedido de trabalhar. “31 de março de 2020. Alertei. Fui impedido de trabalhar no dia 16 de abril. Quanta barbaridade”, escreveu. “No momento que entrou ali dentro, você já não consegue tirar as pessoas de lá porque elas estão em isolamento ali dentro, você não sabe quem vai apresentar a doença ou não… você todas aquelas pessoas imunossuprimidas e você já fez 80 mortos de um total de 136”, diz. “80 em um lugar só…”, completa Mandetta.

A Prevent Senior está sendo acusada de ocultar mortes de pacientes que participaram de estudo realizado para testar a eficácia da hidroxicloroquina contra COVID-19. A empresa atuava em parceria com o governo federal na aplicação do kit-covid, estimulando as pessoas a desrespeitarem o isolamento social para evitar danos à economia. Mandetta era contra o tratamento precoce porque ele não funcionava. Foi demitido 16 dias depois.

No dia que ele saiu, o Conselho Federal de Medicina aprovou parecer que autorizava médicos a prescreverem a cloroquina e a hidroxicloroquina a pacientes com sintomas leves e moderados da Covid-19, além do uso em quadros críticos. O sucessor de Mandetta, o médico Nelson Teich, ficou no cargo apenas 28 dias.

Ouvido pela CPI da Covid, Teich disse por que:

“O pedido específico [de demissão] foi pelo desejo [do governo] de ampliação do uso de cloroquina. Esse era o problema pontual. Mas isso refletia uma falta de autonomia e uma falta de liderança”.

No lugar de Teich entrou o general Eduardo Pazuello (“Manda quem pode, obedece quem tem juízo”). Depois de tanto obedecer a Bolsonaro, acabou caindo, e em depoimento à CPI negou pelo menos três vezes que o governo tivesse recomendado o uso de cloroquina e de outras drogas ineficazes no combate ao vírus.

Pazuello, além de obediente, não entendia nada de saúde. Médicos do chamado “gabinete paralelo”, como Nise Yamaguchi e Paulo Zanotto, davam ordens dizendo a Bolsonaro o que ele queria ouvir – que as drogas eram eficazes e que a pandemia só começaria a ceder quando 70% das pessoas fossem infectadas.

O governo emudeceu depois do depoimento da advogada Bruna Morato, ontem, na CPI sobre a aplicação em cobaias humanas do kit-covid (não confundir com o kit-gay, outra fraude usada por Bolsonaro, essa na eleição de 2018). O ministro Marcelo Queiroga, que pegou a Covid, recupera-se em Nova Iorque e não quis falar.

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