A Arteterapia tem transformado a rotina dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) de Campos, ampliando a adesão ao tratamento e oferecendo novas formas de expressão e socialização para pessoas em acompanhamento de saúde mental. As oficinas semanais permitem que os usuários expressem sentimentos, desenvolvam habilidades e construam vínculos sociais, fortalecendo a autoestima e a autonomia.
Benefícios para os usuários
De acordo com a coordenadora do Caps AD, Michelle, os efeitos da prática ultrapassam o momento da oficina.
“Observamos melhora da adesão ao tratamento, diminuição de crises, agitação e ansiedade, além do fortalecimento da autoestima. A arte torna-se um recurso saudável de enfrentamento, substituindo comportamentos de risco por atividades que geram prazer e satisfação”, destacou.
Entre os ganhos estão:
- Redução de crises e sintomas de ansiedade;
- Maior comprometimento com o tratamento;
- Valorização da autoestima e da autonomia;
- Reconhecimento do usuário como sujeito criativo e ativo.
Arte como espaço de pertencimento
Para a arteterapeuta Daniella Barros, que atua nos Caps AD, 2 e 3, o impacto principal é a criação de vínculos.
“Os usuários compartilham histórias, criam amizades e passam a enxergar o Caps como uma segunda família. A Arteterapia amplia esse processo porque extrapola o ateliê e vai para ações coletivas, eventos e até apresentações”, relatou.
Em algumas atividades, os usuários participam de apresentações públicas, como palestras, em que relatam como o Caps mudou suas vidas.
Estímulo às funções cognitivas
Além de promover socialização, a Arteterapia estimula funções cognitivas, especialmente em pessoas com prejuízos nessa área. Técnicas como colagem e pintura são utilizadas para favorecer atenção, relaxamento e coerência de pensamento.
“Não existe métrica rígida: um pequeno avanço já é um grande ganho. Muitas vezes, uma pintura ou colagem serve como ponto de partida para que o usuário expresse algo que não conseguiria verbalizar”, explicou Daniella.
Processo terapêutico com embasamento científico
A arteterapeuta reforça que a prática vai muito além do entretenimento:
“É um processo terapêutico, conduzido por profissional especializado. Cada material tem um propósito, pensado para trabalhar autoestima, expressão e até inserção social, respeitando sempre a singularidade de cada usuário.”