A Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) emitiram alertas recentes sobre a circulação de uma variante do vírus da gripe influenza A(H3N2), conhecida como subclado K, que tem apresentado aumento de detecções em várias regiões do mundo e pode influenciar a intensidade da temporada de gripe prevista para 2026. Embora ainda dentro do esperado para vírus respiratórios sazonais, a evolução genética do vírus reforça a necessidade de reforçar vigilância epidemiológica, vacinação e preparo dos serviços de saúde.
O que está mudando na gripe
A gripe é causada por vírus influenza, principalmente dos tipos A e B, que circulam globalmente e são responsáveis por epidemias sazonais de doença respiratória aguda. Os vírus influenza A, como o A(H3N2), podem variar geneticamente com o tempo, um processo conhecido como drift, que às vezes resulta no surgimento de subclados com diferenças suficientes para afetar a eficácia de resposta imune na população.
O subclado K do influenza A(H3N2) vem sendo observado em maior proporção nas Américas, Europa, Ásia e Norte da África, e representa uma evolução dentro dos vírus já conhecidos, embora não haja, até o momento, indicação de aumento significativo de gravidade clínica em comparação a variantes anteriores.
Por que a OMS emitiu alerta para 2026
Segundo a OMS e a OPAS, o alerta não significa necessariamente uma nova pandemia, mas sim uma atenção redobrada para a próxima temporada de gripe, que pode ser antecipada ou mais intensa em alguns países, especialmente no Hemisfério Norte, onde a circulação já aumentou no final de 2025. A recomendação é que os sistemas de saúde reforcem a vigilância, diagnóstico, vacinação e atendimento clínico, principalmente para grupos de risco como idosos, gestantes e pessoas com doenças crônicas.
A vacinação permanece uma das principais ferramentas de proteção contra formas graves da doença, mesmo diante da evolução das variantes do vírus. Relatórios preliminares indicam que as vacinas sazonais ainda oferecem proteção relevante contra hospitalizações e complicações, embora a eficácia possa variar conforme o grau de semelhança entre a vacina e o vírus em circulação.
Risco à saúde pública e vigilância
A OMS enfatiza que a gripe continua sendo um agente respiratório com potencial de impactar a saúde pública globalmente, como observado em anos anteriores. A organização recomenda que países mantenham vigilância contínua, reforcem campanhas de vacinação e promovam medidas básicas de prevenção, como higiene das mãos e isolamento de casos suspeitos, para reduzir a transmissão comunitária.
Especialistas lembram que variações genéticas em vírus influenza ocorrem naturalmente e são monitoradas pelo sistema global de vigilância, o que permite ajuste das vacinas e das estratégias de resposta. Embora preocupante, a evolução observada no subclado K ainda não sugere um risco maior de gravidade ou pandemia, mas requer preparo e respostas de saúde pública robustas.

